1 de fev. de 2011

História Tcheca


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A história do povo e da região onde viveu a Princesa Inês de Praga, que se tornou Clarissa e Santa, foi uma história plena d elutas e de sofrimentos. Podemos conhecer e acompanhar através desse pequeno resumo histórico. Isso pode aprofundar nossa compreensão sobre a história de Inês e das Clarissas que viveram em Praga, no Mosteiro São Francisco, por ela fundado.
Os Países Tchecos, aos que pertencem a Boêmia, Morávia e Silésia, são habitados desde os tempos ancestrais. As provas mais antigas datam da Idade da Pedra, aproximadamente de 28.000 anos a.C. Os celtas chegaram a esta terra no século III antes da nossa era cristã. Tratava-se concretamente da tribo dos boios (do latim Boii), de onde supõe-se que provêm o nome da Boêmia (do latim Boiohemum). No princípio do século I a.C. No ano 8 da Era Cristã, chegaram as primeiras tribos germânicas, os marcomanos, e recentes achados arqueológicos mostram que as legiões romanas adentraram-se até as proximidades da atual cidade de Olomouc, no centro de Morávia. Os eslavos (tchecos na Boêmia e Morávios na Morávia) chegaram no século VI d.C. e alí permaneceram pacificamente, organizados em vilas circulares (okroulice) e desenvolveram uma economia baseada na agricultura. No início do século VII, o povo germano dos ávaros invadiram a zona e submeteram às pacíficas tribos eslavas, formando um império entre o Rio Elba e Dniéper. No século VII produziu-se a primeira tentativa de criar um estado mediante a unificação das distintas tribos eslavas, como meio de proteger-se contra dos ataques dos ávaros, dando nascimento ao reinado de Samo, no ano 625. Este estado durou até o ano 658, quando os ávaros foram, finalmente, expulsos da região. Com a fragmentação dos domínios de Roma, bárbaros eslavos ocuparam a região, entre eles, o povo que se intitulou como tcheco, ocupando as terras da antiga Boêmia, no início do Século VII. Diz a tradição que uma descendente dos tchecos, a princesa Libuse, casou-se com um camponês chamado Premysl, e ambos fundaram a cidade de Praga. Ali, a partir deste casal, foi estabelecida a etnia dos atuais tchecos. No final do Século VIII, com a expansão do império de Carlos Magno, o cristianismo chegou à Boêmia e ao reino vizinho, a Morávia. Dois monges famosos e santos pregaram a religião cristã na região: Cirilo, inventor da escrita eslava cirílica, cujo nome é derivado do seu; e Metódio, irmão dele. Foram enviados pelo imperador de Bizâncio e divulgaram a adoção do alfabeto cirílico e da litúrgia com o rito da Igreja Ortodoxa do Oriente. Com a morte de Cirilo e Metódio em 885 o Império caiu sob a influência da Igreja Católica de Roma. O império da Grande Morávia chegou a sua extensão territorial máxima sob o reinado de Svatopluk I (871-894). Debilitada pelas lutas internas e as freqüêntes guerras com o Império Franco, foi invadida pelos magiares no início do século X e seus habitantes foram mais tarde divididos entre o Reino da Hungria, Boêmia, Polônia, e Sacro Império Romano Germânico.
No século seguinte, a dinastia dos Premislides (Premyslids, no original) já estava estabelecida na Boêmia, constituindo-se em reino. A primeira dinastia boêmia, a família dos Premislidas (em tcheco Dynastie Přemyslovců), subiu ao poder no século X onde permaneceu até 1306. Bořivoj I foi o primeiro duque da Boêmia a assumir o poder em 851, conseguiu a independência da Boêmia antes sob o reinado da Grande Morávia. No Século X, com a decadência da Morávia, a parte ocidental de suas terras juntou-se aos domínios dos tchecos. A parte oriental foi anexada pela Hungria. Desta época, vale destacar o príncipe Vaclav, Venceslau, filho de Borivoj e de Ludmila, canonizada e conhecida como Santa Ludmila). O Prícipe Venceslau foi um ardoroso difusor da fé cristã. Acabou assassinado por seu irmão Boleslav, que cobiçava o trono, em 28 de setembro de 935 e é o patrono da República Checa. Vaclav foi canonizado como São Venceslau e é considerado como o padroeiro dos tchecos. Após seu assassinato, seu irmão Boleslau I assumiu o poder e o expandiu na Morávia e Silésia. Em 973 foi criada a arquidiocese de Praga sob o governo de Boleslau II. Boleslau IV, rei polonês onde era chamado de Boneslaw I, conquistou a Boêmia em 1003 e se autoproclamou Duque da Boêmia porém seu governo na Boêmia durou apenas um ano quando Jaromir, segundo filho de Boleslau II, reconquistou Praga e o Reino da Boêmia. Vratislau II é considerado o primeiro rei da Boêmia. Ele ganhou o título real do Sacro Império Romano em 1085, mas sem ser reconhecido como título hereditário, seu filho não foi considerado como rei, apenas como duque. O próximo rei, Ladislau II, só subiria ao trono em 1140 após a sucessão de vários duques. Em 1198, tanto o Sacro Império quanto o papa Inocêncio III reconheceram o título de rei da Boêmia como hereditário. Portanto Ottokar I foi o primeiro rei totalmente “reconhecido” da história da Boêmia. O sucessor de Ottokar I foi o Rei Venceslau I que conseguiu reprimir uma invasão mogol de Batu Khan. O reino da Boêmia alcançou o seu esplendor no Século XIII, sob o reinado de Otakar II, filho de Venceslau I, quando dominava a Morávia, a Silésia, a Eslováquia, a Lusácia, a Áustria, a Estíria, a Caríntia e a Carníola. Todavia, este vasto reino despertou a cobiça dos germânicos, que atacaram os tchecos e os venceram na Batalha de Marchfeld em 1278. Houve desagregações no reino, que acabou sendo vinculado ao Sacro Império Romano. O rei Ottokar II é considerado como um dos maiores reis tchecos, junto com Carlos VI por ter fundado várias cidades e através do tempos se tornou uma figura famosa em lendas folclóricas. Com a morte de Ottokar II, seu filho Venceslau II assumiu o trono e com a descoberta uma mina de prata criou a moeda de praga (em tcheco pražský groš) que se tornou uma das mais importantes da região na época. Venceslau III foi o último governante da Dinsatia Premislide. A dinastia dos Premysl acabou com o assassinato de Vaclav III, em 1306. Com o fim da Dinastia Premislida, houve na Boêmia um período chamado não-dinástico. Em 1306, com o assassinato de Venceslau III, Henrique I da Caríntia subiu ao trono. Henrique era casado com a filha de Venceslau III, Anna. No mesmo ano, Rodolfo I reivindicou o trono por ter se casado com Elisabeth Richeza, viúva de Venceslau II e acabou ocupando o trono da Boêmia. Morreu dois anos depois, o que fez com que Henrique I voltasse ao trono até 1310. Em 1310, João de Luxemburgo assumiu o trono da Boêmia por direito ao se casar com Elizabeth, filha do Rei Venceslau III. Aliado da França, João morreu na Batalha de Crécy durante a Guerra dos Cem Anos.
 
Com João de Luxemburgo inicava-se a uma nova dinastia germânica dos Luxemburgo. O filho de João de Luxemburgo, Carlos I, fundou a Universidade de Praga, um centro importante da intelectualidade da Europa medieval. O Imperador Carlos IV inicialmente trabalhou para assegurar seu poder. A Boêmia tinha permanecido quase intocada pela peste negra. A cidade de Praga tornou-se a capital de Carlos VI e foi reconstruída inspirada em Paris. Carlos fundou a Cidade Nova de Praga (em tcheco, Nové Město) e em 1348 a primeira Universidade da Europa Central que levava o nome da cidade. Logo, Praga se tornou em centro intelectual e cultural da região. Além disto, Carlos IV mandou construir uma ponte de pedra sobre o rio Moldava que foi chamada de Ponte Carlos e é, até hoje em dia, símbolo da cidade. A Ponte Carlos unia a Cidade Nova à Cidade Velha e ao Castelo de Praga. A cidade cresceu tanto que na época chegou a ter quarenta mil habitantes se tornando uma das cidades mais populosas da Europa. Fora de Praga, Carlos tentou expandir a Boêmia, usando sua imperial autoridade para adquirir terras na Silésia, Palatinado, e Franconia. Posteriormente estas regiões fariam parte da “Nova Boêmia”. Em 1356, Carlos VI promulgou a famosa Bula Dourada que regulava a eleição dos reis do Sacro Império Romano. Ele casou-se quatro vezes mantendo várias alianças políticas. Sua primeira mulher foi Branca de Valois, meia-irmã de Filipe VI da França. Depois da morte de Branca, Carlos VI se casou com Anne do Palatinado em 1349 e quando esta morreu, casou-se com Anne de Schweidnitz em 1353. Do seu terceiro casamento nasceram Elisabeth, futura esposa de Albrecht III de Habsburgo, e Venceslau IV, seu primeiro descendente do sexo masculino e que seria seu futuro sucessor. Viúvo novamente, ele se casou com Elisabeth da Pomerânia, filha de Boguslaw V (Duque da Pomerânia) em 1363 .
No iníco do século XV, durante o reinado de Venceslau IV (13631419), filho de Carlos IV, començaram a ouvir-se vozes que se opunham à Igreja Católica e que pediam sua reforma. Era o início das Guerras Hussitas (1420 - 1434). A personalidade mais relevante deste movimento é o reitor da Universidade de Praga, o professor Jan Hus. Seus sermões, que prefiguram o protestantismo, provocam repulsa na Igreja, mas têm grande eco em todo país. Em 1414, Hus é julgado pelo Concílio de Constança sob a acusação de heresia. Apesar das pressões, Hus não se retratou de suas opiniões. Em 6 de julho de 1415 foi queimado como hereje pela decisão do concílio na cidade de Praga. Quando a notícia da morte de Hus se esalhou pela Boêmia, a rivalidade entre os hussitas e os católicos se converteram paulatinamente em inimizade aberta. Em 30 de julho de 1419, grupos hussitas jogaram conselheiros da prefeitura pela janela na chamada defenestração de Praga. Neste mesmo ano, o rei Venceslau IV morreu e posteriormente foi substituído por seu irmão Sigismundo. Os hussitas se dividiram formando duas facções. Pouco tempo antes de sua morte, Hus tinha aceito uma doutrina adotada durante sua ausência por seus seguidores em Praga, denominada Ultraquismo. Ao mesmo tempo, os reformadores mais radicais, negando-se a reconhecer qualquer autoridade e desejando viver exclusivamente segundo as leis da Bíblia, começaram a ser conhecidos como Taboristas por ser a cidade de Tabor o lugar sede de seu movimento. Contrariamente a seu irmão, Venceslau IV que tolerou o movimento hussita, Sigismundo (1419-1437) decidiu eliminá-lo. Um numeroso grupo de hussitas deixaram Praga. Reunindo-se em diversos lugares da Boêmia, em particular em Usti, preparando-se para a guerra. A igreja reagiu aos acontecimentos dos países tchecos a partir do ano 1420 até 1431 e promoveu cinco cruzadas. Todas foram derrotadas pela milícia hussita, comandada por Jan Zizka. Mas o bando hussita se viu em disputas internas entre os radicais e os que buscavam um acordo com o imperador e a igreja, disputas que levaram à Batalla de Lipany em 1434. Em 1436 alcançou-se finalmente um acordo com o imperador Sigismundo e com o Reino da Boêmia. Alberto II se tornou duque da Áustria em 1404 quando seu pai morreu. Casado com a filha de Sigismundo, quando este morreu em 1438, Alberto assumiu o trono da Boêmia. Era o fim da Dinastia de Luxemburgo e início da Habsburgo.
Ladislau V da Hungria nasceu em 1440, pouco meses depois da morte do pai Alberto, mas assumiu o trono da Boêmia somente em 1453. Morreu sem deixar filhos, provavelmente de leucemia, encerrando a primeira breve dinastia de Habsburgo. No ano 1458, Jorge de Poděbrady (en tcheco: Jiří z Poděbrad) foi proclamado como rei na assembléia de Praga, graças ao testamento de Ladislau V que lhe cedia em herença. Aos poucos anos de governo de Poděbrady, ele foi acusado de ser partidário dos considerados hereges hussitas, de proteger-lhes em seu reino e de não perseguir-los como pedia a Igreja. Como conseqüência disto Matias Corvino, comandado pelo Papa Pio II, decidiu atacar a Boêmia como uma cruzada contra hereges em 1467. Nesse ano o rei da Boêmia foi excomungado, mas derrotou em uma ocasião ao rei húngaro, inclusive chegou a capturá-lo, colocando-o logo em liberdade sob a promessa de não contra-atacar. Mas Matias Corvino aliou-se então com os nobres tchecos e proclamou-se o rei daquela região na cidade de Olomouc reiniciando a luta que durante a qual Poděbrady acabou falecendo. Matias só se tronou rei em 1469 já que o rei anterior tinha deixado o reino para Vladislau II. Houve lutas com este rei, mas em 1478 sem haver vencedores e vencidos se chegou a um pacto em que Ladislau ficava com a Boêmia e Matias com a Silésia, Morávia e Lusácia. Sobe ao trono tcheco a Dinastia Jaguelônica. O primeiro rei desta dinastia foi Vladislau II sucessedido por Luís II que governou até o ano de 1526, quando acabou falecendo na Batalha de Mohács. Depois disto foi sucessedido por seu cunhado, o católico Fernando I.
A Dinastia de Habsburgo se dividiu em dois ramos em 1521, um austríaco e outro espanhol. O Arquiduque austríaco Fernando I, casado com a filha de Vladislau II, reinvivicou o trono da Boêmia em 1526. Como rei da Boêmia, Fernando I, amigo dos jesuítas, tentou combater a heresia protestante e esforçou-se por atenuar o conflito religioso, negociando a Paz de Augsburgo em 1555. Rodolfo II (1576-1611) mudou a capital dos Habsburgos em 1583 de Viena para Praga. Praga voltou então a se converter em um dos centros culturais mais importantes da Europa, Rudolfo II era um grande colecionador e incentivador da pintura e escultura. Apesar de tudo, com sua morte surgiram novos conflitos entre católicos e defensores das reformas, que culminaram com o levantamento contra o irmão e sucessor de Rodolfo, Matias (1611-1617), acusado de não cumprir as promessas de tolerância religiosa e reposição de privilégios. Fernando II (1617-1619) assumiu o trono da Boêmia em 1617 e colocou a nobreza, de maioria protestante, em uma situação praticamente de rebelião. Em 23 de maio de 1618 ocorreu a segunda defenestração de Praga quando dois conselheiros católicos e seus representantes foram jogados pela janela do Castelo de Hradcany. O conflito estendeu-se à totalidade dos Países Tchecos, (Boêmia, Silésia, Lusacia e Morávia). A fraqueza de Fernando II levou-o a pedir ajuda Filipe III da Espanha. Em 1619, Fernando II é deposto pelos estados protestantes da Boêmia e ofereceram a coroa a Frederico V, membro influente da União Protestante, uma organização fundada por seu pai para a proteção do Protestantismo no império. A primeira grande batalha deste período foi a da Montanha Branca (em tcheco: Bílá hora) em 1620 próxima a cidade de Praga. Esse conflito fez parte da Guerra dos Trinta Anos e na Boêmia estendeu-se até 1624 o que acabou dizimando absolutamente o país que passou de três milhões de habitantes a oitocentos mil. Isso tudo fez com que Praga deixasse de ser a capital do Império e a administração passa para Viena. Na intitulada Constituição de 1627, a língua alemã é estabelecida como a segunda língua oficial, porém o alemão começa a dominar a região e a língua checa fica mais restrita aos campos. Herdando a situação criada pela Guerra dos Trinta Anos, Fernando III buscou incansavelmente estabelecer negociações de paz, que foram iniciadas em 1644, mas só foram concluídas em 1648 com a Tratado de Vestfália. A firme recusa de Fernando III em permitir a liberdade de culto em seus territórios e a retomada da expulsão dos rebeldes (Contra-Reforma), contribuíram enormemente para o atraso da conquista dos acordos de paz. Além disto, a guerra dizimou absolutamente o país, que passou a ter três milhões de habitantes a oitocentos mil. Os máximos pensadores tchecos tiveram que partir ao exílio e os que ficaram foram obrigados a converter-se ao catolicismo. O mais importante destes exiliados foi sem dúvida Jan Amos Comenius (em tcheco Jan Amos Komenský). Em contrapartida, destaca a beleza dos monumentos barrocos desta época de recatolização, especialmente a primeira metade do século XVIII, tanto na arquitetura popular como religiosa. Esta situação estendeu-se por mais de um século, tempo durante a qual a cultura checa esteve influenciada pela alemã.
As reformas do rei José II (1780–1790) incluem a proibição da Ordem da Companhia de Jesus; manda torturar seus membros, separa o poder judiciário do executivo e, em 1781, aprova a tolerância religiosa. Entretanto, ao mesmo tempo produz-se a centralização da administração em Viena e a germanização dos órgãos da administração. Os países tchecos estavam mais ou menos eliminados da administração, literatura, escolas desde a Batalha da Montanha Branca. Os livros escritos em tcheco eram queimados e toda nova publicação em tcheco era considerada heresia. A língua checa era reduzida nos meios de comunicação por isso começa no final do século XVIII um movimento tcheco para a revitalização nacional. No século XIX, a Boêmia e Morávia tinham se desenvolvido notavelmente graças à indústria, o que provocou a mudança dos habitantes dos campos tchecos para os grandes centros urbanos, na maioria povoados de alemães. Esta situação foi aproveitada pelos intelectuais e jornalistas da época para fomentar uma maior consciência nacionalista no povo tcheco. Em 1848 os tchecos somaram-se à série de revoluções que aconteceram na Europa e Praga foi a primeira cidade da Áustria a lançar-se contra o poder central. Entretanto, depois da formação em 1867 do Império Austro-Húngaro, as aspirações checas em ter representação no Parlamento se tornaram frustradas, o que aumentou o sentimento nacionalista e de descontentamento. Algumas amostras deste ressurgimento cultural são os primeros jornais tchecos, o começo das representações teatrais em tcheco da mesma época, a divisão da Universidade Carolina em duas secções (alemã e checa) em 1882, a construção do Teatro Nacional de Praga em 1883 e a inauguração de um museu nacional em 1990. Depois da Primeira Guerra Mundial, a Boêmia passou a fazer parte de um novo país a Tchecoslováquia (ou Tchecoslováquia) fundada em outubro de 1918 como um dos estados de sucessores do Império Austro-húngaro. Consistia na combinação da Boêmia, Morávia, Silésia, Eslováquia e a Rutênia em um estado. Com o primeiro presidente, Tomáš Masaryk, a Tchecoslováquia tornou-se em uma república democrática rica mas caracterizado por problemas étnicos devido ao problema de que as duas maiores etnias (alemães e eslovacos, respectivamente) não estavam satisfeitas com a dominação política e economica dos tchecos (Boêmios e Morávios), e que a maioria de alemães e húngaros da Tchecoslováquia nunca estiveram de acordo com a criação do novo estado. Seguindo o Acordo de Munique de 1938, os alemães comandados por Adolf Hitler invadem os Sudetos (Sudetenland em alemão), região predominante habitada por alemães que fazia parte da Tchecoslováquia. As tropas tchecoslovacas grandemente debilitadas foram forçadas a conceder concessões importantes aos não-tchecos, criando as repúblicas autônomas da Eslováquia e Rutênia. Finalmente a Tchecoslováquia deixou de existir em 15 de março de 1939, quando Hitler ocupou o resto das terras checas e o restante da Eslováquia declarou independência. Durante a Segunda Guerra Mundial, as terras checas foram chamdas de “O Protetorado da Boêmia e da Morávia” e governadas diretamente pelo estado alemão e como consequência da ocupação alemã, mais de trinta mil judeus que ali viviam foram mandados a campos de concentração e mortos. A república eslovaca novamente independiente foi um aliado da Alemanha Nazista. Durante a Segunda Guerra Mundial um governo em exílio tchecoslovaco foi establecido em Londres por Edvard Beneš, que foi reconhecido como presidente da Tchecoslováquia pelos Britânicos e seus aliados. Ele voltou ao poder como presidente quando a Tchecoslováquia foi libertada em 1945.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, Edvard Beneš aprovou um decreto que estabelecia a deportação massiva dos traidores da Segunda Guerra Mundial, com o qual milhares de alemães e húngaros tiveram que abandonar suas terras na Tchecoslováquia. A Rutênia foi ocupada (e formamente cedida em junho de 1945) pela União Soviética. Em 1946, o Partido Comunista vence as eleições parlamentares na Tchecoslováquia. Em fevereiro de 1948 os comunistas tomam o poder. Sob o comando do político Alexander Dubcek iniciou-se na Tchecoslováquia em 5 de janeiro de 1968 a Primavera de Praga (Pražské jaro em tcheco), um período de tentativa de liberalização política. Esse movimento terminou em 20 de agosto do mesmo ano quando o país foi invadido pela União Soviética e seus aliados do Pacto de Varsóvia (com exceção da Romênia) em uma ação que pretendia evitar o ingresso de um potencial sistema capitalista dentro da Tchecoslováquia. Entre 1969 e 1990, a Tchecoslováquia foi convertida em uma federação formada pela República Socialista Checa e República Socialista Eslovaca. O político Gustáv Husák apoiou a União Soviética e tornou-se líder do Partido Comunista da Tchecoslováquia em 1969, expulsando a todos liberais que apoiavam Dubček. Em 1975, Husák foi eleito presidente e a Tchecoslováquia tornou-se um dos maiores aliados de Moscovo. Seu governo foi um período de estabilidade económica mas com uma dura repressão feita sob o comando da polícia secreta (na Tchecoslováquia chamada de StB ou Státní bezpečnost). O período compreendido entre 1969 e 1987 é conhecido como Normalização e é caracterizado pela restauração das condições que prevaleciam antes da reforma de Dubček.
República Checa
Em 1977, 243 tchecos entre eles Václav Havel assinaram um documento chamado de a Carta 77 (em tcheco Charta 77) motivados após a prisão de membros da banda de rock checa Plastic People of the Universe. A Carta 77 criticava o governo por falhar na implementação dos direitos humanos e descumprir o Acordo de Helsinque assinado pela Tchecoslováquia em 1975. O Governo reagiu com repressão e condenou alguns dos assinantes à prisão. Na década de 1980, com a aparição de Mikhail Gorbachev, a União Soviética inicia-se em um período de abertura. Em 1989 o Papa João Paulo II vai a Praga para a Canonização de Anezka. Entre novembro e dezembro de 1989, uma revolução pacífica chamada de Revolução de Veludo fez com que o Partido Comunista perdesse o monopólio do poder e com isso a Tchecoslováquia voltou a ser uma democracia. Em junho de 1990 foram realizadas as primeiras eleições democráticas do país após um período de comunismo e Václav Havel foi eleito presidente da república. Em 1991 e 1992 surgiu um movimento nacionalista que se traduziu na independência da República Checa e da Eslováquia no ano de 1993. Vaclav Havel tornou-se o primeiro presidente da República Checa e Vaclav Klaus primeiro-ministro. Em 2004 a República Checa ingressou de forma conjunta com a Eslováquia na União Européia e na Organização do Tratado do Atlântico Norte Norte (OTAN).
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Fonte: Wikipédia

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